Portugal está entre os 19 países que conseguiram melhores resultados no Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS), um estudo internacional que avaliou as capacidades de leitura dos alunos do 4.º ano de 49 países.
Os alunos portugueses obtiveram 541 pontos nos testes PIRLS, acima dos 500 que fazem a média dos países participantes, mas longe dos que obtiveram os melhores resultados: Hong Kong (571), Federação Russa (568), Finlândia (568) e Singapura (567).
Ainda assim, Portugal conseguiu a mesma pontuação que Itália (541), Alemanha (541) e Israel (541).
De todos os que participaram, os piores foram os alunos marroquinos, que não foram além dos 310 pontos.
Em quase todos os países do estudo, as raparigas apresentaram resultados melhores do que os rapazes, ficando em média 16 pontos à frente.
Em Portugal a tendência manteve-se, mas a prestação feminina só superou a masculina em 14 pontos – um valor considerado estatisticamente significativo.
Colômbia, Itália, França, Espanha e Israel são países onde o sexo não determina de forma relevante os resultados na leitura.
O PIRLS avaliou duas finalidades de leitura: a literária e a leitura feita com o objectivo de adquirir e utilizar informação. Estas finalidades foram avaliadas, tendo em conta os principais processos de compreensão da leitura, isto é, reter e fazer inferências directas e interpretar e integrar e avaliar.
Em Portugal 9% dos alunos do 4.º ano atingiram o nível avançado e 47% atingiram, pelo menos, o nível elevado.
No entanto, os valores são diferentes de acordo com o tipo de leitura feita. Quando a finalidade era informativa, os portugueses apresentaram uma pontuação acima da média nacional (544). Mas os resultados pioram quando se trata de leitura literária, ficando os portugueses com 538 pontos, abaixo do seu desempenho global.
O relatório da International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA) divulgado esta terça-feira pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) aponta o que considera serem os caminhos para o sucesso.
Segundo a IEA, o contacto precoce na infância com experiências facilitadoras da aprendizagem da leitura quer em casa quer na educação pré-escolar e «os recursos de aprendizagem disponíveis em casa, a habilitação académica e a ocupação dos pais» têm efeitos no desempenho dos alunos.
Mas não é só: «um ambiente escolar disciplinado e seguro e um corpo docente motivado e qualificado» são também vistos como um dos ingredientes necessários para atingir bons resultados.
(Notícia publicada na jornal Sol por Margarida Davim em 11 de Dezembro)