sábado, 5 de abril de 2014

Concurso de textos autobiográficos


A nossa monitora Ana Paula Silva do 8.º Ano venceu o concurso de textos autobiográficos lançado pelo grupo de Português e pela Biblioteca da EBSPAN.

Aqui fica o seu textos...




 
Sexta-feira, 13 de junho 2018

Querido Matheus,                                                 

Não faz o mínimo sentido escrever-te, eu sei disso, nem sabes quem sou, só nos vimos uma vez e tu não me conheces, queria poder falar-te de mim, mas não sei o que dizer, não sei quem sou e sou difícil de entender. Desculpa, mas prometo que vou fazer o melhor.

Toda a minha vida sonhei com um título, um diploma, a universidade terminada, o meu próprio consultório. Nunca quis saber de bonecas, muito menos de rapazes, o meu amor sempre foram os livros, adoro ler, estudar e beber chá, basicamente a minha vida resume-se a isso…

Para mim, ler é como um refúgio ou um abrigo. Os livros são como amigos. Assim que acabo um, preciso de outro, tal como as amizades: quando uma acaba, só ficamos bem quando vem outra para substituir… As pessoas normais precisam de amizades, eu preciso de livros.

Sobre a minha infância, não tenho muito para dizer. Cresci muito rapidamente, o meu pai não foi muito presente, a primeira lembrança que tenho dele foi aos dois anos, no aeroporto de Lisboa; a segunda foi aos seis anos, no mesmo aeroporto. Não me lembro de ver os meus avós ou familiares pessoalmente, as únicas pessoas da minha família de quem me lembro, desde sempre, são a minha mãe e a minha irmã, essas estiveram sempre comigo. Amigos também sempre foram e vieram, nunca ficaram por muito tempo, ou melhor, eu nunca fico por muito tempo, os únicos amigos que sempre vieram comigo foram os livros, a esses eu nunca deixo e eles nunca me deixam.

A minha vida não é propriamente uma história digna de se contar, podemos admitir…

Despeço-me assim de ti, vou ler, só para não variar, e pode ser que, um dia, te volte a escrever só porque escrever abre uma porta na mente e por essa porta o universo pode entrar. Tens de experimentar…

Um beijo,

Aquela que lê.

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