A nossa monitora Ana Paula Silva do 8.º Ano venceu o concurso de textos autobiográficos lançado pelo grupo de Português e pela Biblioteca da EBSPAN.
Aqui fica o seu textos...
Sexta-feira,
13 de junho 2018
Querido Matheus,
Não faz o mínimo
sentido escrever-te, eu sei disso, nem sabes quem sou, só nos vimos uma vez e
tu não me conheces, queria poder falar-te de mim, mas não sei o que dizer, não
sei quem sou e sou difícil de entender. Desculpa, mas prometo que vou fazer o
melhor.
Toda a minha vida
sonhei com um título, um diploma, a universidade terminada, o meu próprio
consultório. Nunca quis saber de bonecas, muito menos de rapazes, o meu amor
sempre foram os livros, adoro ler, estudar e beber chá, basicamente a minha
vida resume-se a isso…
Para mim, ler é como
um refúgio ou um abrigo. Os livros são como amigos. Assim que acabo um, preciso
de outro, tal como as amizades: quando uma acaba, só ficamos bem quando vem
outra para substituir… As pessoas normais precisam de amizades, eu preciso de
livros.
Sobre a minha
infância, não tenho muito para dizer. Cresci muito rapidamente, o meu pai não
foi muito presente, a primeira lembrança que tenho dele foi aos dois anos, no aeroporto
de Lisboa; a segunda foi aos seis anos, no mesmo aeroporto. Não me lembro de
ver os meus avós ou familiares pessoalmente, as únicas pessoas da minha família
de quem me lembro, desde sempre, são a minha mãe e a minha irmã, essas estiveram
sempre comigo. Amigos também sempre foram e vieram, nunca ficaram por muito
tempo, ou melhor, eu nunca fico por muito tempo, os únicos amigos que sempre
vieram comigo foram os livros, a esses eu nunca deixo e eles nunca me deixam.
A minha vida não é
propriamente uma história digna de se contar, podemos admitir…
Despeço-me assim de
ti, vou ler, só para não variar, e pode ser que, um dia, te volte a escrever só
porque escrever abre uma porta na mente e por essa porta o universo pode
entrar. Tens de experimentar…
Um beijo,
Aquela que lê.
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